Publicado em: 07/03/2023 16:00:57
Foram apresentadas as ações do projeto de pesquisa desenvolvido em cooperação com o Jardim Botânico de Nova York
Desde 2016 pesquisadores do Herbário Rondoniense João Geraldo Kuhlmann (RON), da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), vêm desenvolvendo pesquisas na área de Botânica em parceria com o Jardim Botânico de Nova York (The New York Botanical Garden – NYBG). Nesta segunda-feira (6), a reitora Marcele Pereira reuniu-se com os docentes que coordenam as pesquisas no herbário da UNIR para conversar sobre possibilidades de fortalecimento dos projetos decorrentes da parceria e institucionais.
“É um trabalho que, além de colocar a UNIR numa articulação internacional com outras instituições de pesquisa científica, também se constitui em uma tecnologia social com impacto positivo nas comunidades locais, pois está alinhada à preservação, ao uso e à conservação dos recursos naturais. Assim, a reitoria seguirá apoiando as atividades do herbário para que isso retorne para a sociedade na forma de melhorias pautadas no desenvolvimento sustentável e no fortalecimento das populações tradicionais em seus territórios”, afirmou a reitora.
O objetivo da cooperação técnica UNIR-NYBG é estudar, documentar e conservar a biodiversidade vegetal do Estado de Rondônia. As pesquisas são coordenadas pelos professores Antônio Laffayete Pires da Silveira e Narcísio Costa Bigio, ambos do Departamento de Biologia (DBio/UNIR), com a colaboração de discentes da graduação e da pós-graduação da UNIR.
Conforme explica o professor Antônio Laffayete, a pesquisa no herbário se desdobra em amplas frente de trabalho, que vão desde captação e catalogação das famílias e espécies de plantas nativas até a oferta de capacitações e formação de novos pesquisadores.
“São dez anos dessa cooperação com o NYBG, porém temos mais de 20 [anos] de pesquisas dedicadas na área de Botânica. Até hoje já coletamos e enviamos cerca de 80 mil amostras de plantas nativas para outros herbários e há cerca de 25 mil no herbário da UNIR. Portanto, é importante destacar também a regularidade desse projeto de pesquisa desenvolvido no serviço público por meio da Universidade”, destacou Laffayete.
O professor Narcísio Bigio também destaca entre os pontos positivos resultantes desse projeto a produção e difusão de conhecimento e de dados científicos necessários à preservação e à proteção da biodiversidade amazônica brasileira e de seus recursos naturais. Apesar das expedições para coleta de novos exemplares serem realizadas em todo o estado, o grupo já chegou a detectar uma espécie até então desconhecida na mata do campus da UNIR, o que demonstra mais uma vez a necessidade e o impacto desse trabalho.
Além da reitora e dos coordenadores do RON, também participaram da reunião o vice-reitor Juliano Cedaro e dois pesquisadores do NYBG, o botânico Douglas Daly, que vem regularmente a Rondônia para auxiliar nas coletas e identificação dos exemplares, e o coordenador do Projeto Ford junto ao NYBG, Flavio Obermüller.
Douglas Daly enfatiza a importância do trabalho de registro das espécies nativas frente ao cenário de avanço do desmatamento e das queimadas ocorridos nos últimos, não só em Rondônia, como em todo o país: “É possível que muitas das espécies coletadas e armazenadas em herbários como esse [da UNIR] existam apenas nos arquivos, e é isso que servirá de base para as pesquisas”.