Reitoria - Esclarecimentos à Comunidade Universitária e à Sociedade sobre ocorrências no Campus de Porto Velho


Publicado em: 14/03/2023 15:11:40


A Universidade Federal de Rondônia vem a público esclarecer a toda a Comunidade Universitária e à sociedade rondoniense os recentes episódios envolvendo estudante do Campus de Porto Velho, que tem sido acompanhado pela Instituição em função de seu estado de saúde, e as ações tomadas para preservar a segurança tanto deste estudante como das pessoas que circulam pelo Campus, assim como a integridade do patrimônio público.

O estudante, vinculado à UNIR desde 2016, tem sido atendido pelo Serviço de Apoio Psicossocial (SAP) da Universidade desde 2018, quando começou apresentar alterações comportamentais dentro da Instituição. Desde então, em diferentes momentos, profissionais da UNIR, além do serviço da Psicologia, têm acompanhado tanto esse discente como sua família, ao mesmo tempo que ele é mantido ativo nas atividades acadêmicas regulares, inclusive como modo de garantir sua permanente inserção como membro pleno da Comunidade Universitária.

O acompanhamento feito pela Universidade ao estudante teve início em 08 de março de 2018, quando os primeiros episódios de alteração comportamental foram registrados na Biblioteca Central no Campus de Porto Velho. Neste período houve relatos de que o estudante estaria dormindo em salas do prédio onde funciona o curso de Psicologia, e a família foi contactada para que pudesse haver também junto a ela o acompanhamento da situação. A partir de então o Serviço de Apoio Psicossocial foi mobilizado e passou a acompanhar a situação do aluno, entre outras ações acompanhando e auxiliando em encaminhamentos ao Centro de Apoio Psicossocial (Caps) e a unidades hospitalares.

O Serviço de Apoio Psicossocial da UNIR voltou a ser acionado, com relação ao estudante e por meio de solicitação de professores do curso de Psicologia, em 2023. Profissionais da Procea se deslocaram até a residência do aluno, em 1º de fevereiro, para se inteirar da situação que, segundo relatos, seria de novas alterações comportamentais. Mesmo após as equipes da UNIR verificarem tal situação, em nenhum momento houve qualquer cerceamento de circulação do aluno pelas dependências da UNIR, entre outras razões para garantir seu acolhimento, que tem sido realizado principalmente por meio da Pró-Reitoria de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis (Procea), responsável pela atenção aos estudantes e condução das políticas institucionais voltadas para o corpo discente. No entanto, ao longo das últimas semanas foram registrados diferentes episódios perpetrados pelo estudante, momentos em que ele se colocou em perigo e que, potencialmente, colocou outros membros da Comunidade Universitária também em perigo.

No início da manhã do dia 02 de fevereiro o aluno arrombou e danificou as trancas de uma das portas do prédio do Restaurante Universitário (RU), e, em seguida, dirigindo-se para a sala destinada para o Diretório Central do Estudantes (DCE), e quebrou os vidros das portas também desse espaço. Após isso a equipe do Serviço de Apoio Psicossocial foi ao Caps em busca de consulta médica e psicológica para o estudante. Uma vez tendo sido marcado o atendimento, familiares do aluno foram informados, assim como outras pessoas de sua rede de apoio, uma vez que não foi possível fazer contato diretamente com ele. No dia 10 de fevereiro uma das psicólogas da Procea foi até o Hospital de Base encontrar dois professores e a assistente social do departamento de Psicologia da UNIR, em busca de informações sobre o tratamento médico do estudante. Durante todo o período foi oferecido apoio psicológico e orientação para os pais do aluno, assim como para outros discentes que foram afetados diretamente com as situações vivenciadas.

Já no dia 24 de fevereiro a psicóloga da Procea foi ao encontro do estudante no Hospital de Base, onde havia ido tratar de questões referentes ao seu prontuário médico e receber novas receitas de medicamentos. Ali foi realizada uma escuta individual e acolhimento com o discente, e logo após seguiram até algumas instituições para tentar conseguir sua medicação de forma gratuita, tendo o estudante sido apoiado e orientado sobre como proceder. No dia 28 de fevereiro profissionais da Procea, entre eles uma psicóloga, fizeram visita domiciliar ao estudante para novas orientações e acompanhamento. Durante esse período a Procea, por meio do Serviço de Apoio Psicossocial, manteve contato e apoio ao discente com o objetivo de promover acolhimento e orientações que fossem necessárias para melhor acompanhar suas demandas psicológicas e institucionais. 

A despeito de todos esses esforços, a situação se agravou na segunda feira, 06 de março, quando o estudante se deslocou do Campus de Porto Velho para a sede administrativa da Universidade, no Centro da cidade, e forçou sua entrada até o Gabinete da Reitoria, tendo invadido a sala da Reitoria após arrombar uma das portas e, em seguida, quebrou um dos mastros de bandeira que se encontrava no local, fazendo com que esse objeto ganhasse uma ponta perfurocortante, que em um acidente poderia ser fatal para o discente ou para pessoas próximas. Com isso a Polícia Militar foi acionada e o estudante deixou o local antes de sua chegada. Logo após esse episódio, reiterou-se o contato com a família e houve acompanhamento em atendimento médico em uma unidade pública de saúde mental.

Ainda com relação aos episódios ocorridos nos dias 02 de fevereiro e 06 de março, a UNIR registrou boletins de ocorrências policiais, incluindo registro na Polícia Federal, uma vez que houve danos ao patrimônio público. O estudante, após estes fatos, seguiu tendo garantido seu direito de circular pelos espaços da UNIR, uma vez que a manutenção de suas atividades como membro do corpo discente seguiu sendo considerada parte necessária de seu atendimento. No entanto, ao mesmo tempo aumentaram os relatos de receios de outros estudantes e servidores da UNIR com relação à possibilidade de repetição e intensificação de episódios de violência, inclusive com pessoas considerando deixar de frequentar o Campus de Porto Velho em função da situação vivenciada.

No episódio mais recente, em 08 de março último, alunos e professores que estavam em aulas no Bloco 3D, no Campus de Porto Velho, relataram que o mesmo estudante ocupava uma sala – destinada ao funcionamento do Centro Acadêmico de Psicologia – como moradia, tendo inclusive alocado ali pertences pessoais. Diante da comprovação da situação, e da recusa do aluno em deixar o local, a Universidade acionou a Polícia Militar e instruiu, por intermédio da equipe da Procea, que o aluno deveria ser conduzido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em nenhum momento houve orientação pela realização de uma prisão, ou mesmo de condução pela Polícia Militar, fato constatado pela saída voluntária do aluno do local. Reforçamos que as dependências da Universidade não podem ser utilizadas para moradia de alunos ou servidores, em especial aqueles que representem riscos a si próprios e aos demais. Buscando dar atenção devida ao caso e garantir que as instruções da Gestãoo Superior fossem seguidas, pró-reitores e diretores de diferentes setores da Administração Universitária estiveram no local acompanhando a situação, até que o estudante deixou o local acompanhado por um docente. Acionar a Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo, diante dos episódios de violência ocorridos nas semanas anteriores, ameaças graves, e dos relatos de temor por parte da Comunidade Universitária, foi ação necessária a fim de garantir a segurança do próprio estudante, dos demais alunos e dos servidores da instituição.

A UNIR, ao mesmo tempo em que busca permanentemente garantir a segurança da sua Comunidade Universitária e o adequado uso e destinação de seus espaços, não se furta e não se furtará do necessário acompanhamento psicossocial do estudante, ou de qualquer membro da Comunidade Universitária, com o devido acolhimento e atenção às questões que se apresentarem, realizando estas ações no limite de suas atribuições e das capacidades dos profissionais à disposição. No caso em específico, o Serviço de Apoio Psicossocial da Universidade, e demais profissionais vinculados à Procea e a outros setores, mantém o acompanhamento da situação do estudante, buscando o melhor modo para auxiliar na superação de sua condição atual e sua plena integração às atividades acadêmicas e de convivência no âmbito da UNIR e junto à sociedade.   

Atualmente a UNIR mantém atenção sobre diferentes casos envolvendo membros da Comunidade Universitária que tem demonstrando potencialmente riscos para o conjunto de estudantes, servidores e demais pessoas que circulam diariamente por suas unidades e seguirá as exigências legais para a atuação institucional de modo transparente e também preocupado com a integridade de todas e todos que são parte da Universidade.

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