Publicado em: 19/12/2018 08:42:02.49
O Laboratório de Ictiologia e Pesca da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), no dia 18 de dezembro, recebeu representantes de Pescadores do Madeira com o objetivo de apresentar os resultados dos trabalhos realizados pelo laboratório na região e agradecer pela parceria de mais de 20 anos com esses pescadores e a Colônia de Pesca. Durante a visita os pescadores tiveram a oportunidade de conhecer a Coleção de Peixes do laboratório e sua importância para Rondônia.
Os visitantes conheceram também os resultados da pesquisa com os grandes bagres migradores. De acordo com a doutora Marilia Hauser, em seu estudo sobre a microquímica dos otólitos dos peixes (a “pedrinha que fica no ouvido do peixe,” segundo os pescadores) comprovou que a dourada migra quase 11.000 km entre a região do sopé dos Andes onde nascem, passam pelo Madeira e vão até o estuário do Amazonas, voltando sempre para o mesmo local onde se reproduziu.
A importância da continuidade dos estudos sobre a biologia e ecologia dos peixes para a gestão pesqueira foi ressaltada. A equipe da professora doutora Carolina Doria apresentou os resultados preliminares do projeto de Ciência Cidadã, que vem sendo desenvolvido em parceria com a Wildlife Conservation Society(WCS) e ECOPORÉ, com os pescadores da região, onde eles registram a sua pescaria no aplicativo de celular, chamado ICTIO.
Os pescadores presentes receberam um exemplar do livro “Rio Madeira: Seus Peixes e sua Pesca”, que traz características da pesca na bacia antes da implantação dos empreendimentos hidrelétricos. De acordo com a professora Carolina, os autores esperam que esse livro possa ser útil aos pescadores e seus familiares no reconhecimento da atividade e na busca de melhor qualidade de vida eaos órgãos responsáveis pela gestão da pesca na região, no reconhecimento da importância da coleta de informações sistemáticas para elaboração de políticas publicas.
A coordenadora do laboratório esclarece que o retorno da pesquisa à sociedade é uma prática da extensão da universidade e que esse produto só foi possível graças ao apoio de agências de fomento à pesquisa como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e a Pesquisa (FAPERO).