Publicado em: 01/07/2020 07:49:01.295
Nós, professores, técnicos e estudantes da UNIR estamos tristes, muito tristes. Estamos em luto e chorando a morte da professora Ana Maria de Lima Souza, mais uma vítima da covid19.
Apelo na dor ao poeta Drummond de Andrade: “por que Deus permite que as mães vão-se embora?” Ana Maria era mãe dos seus filhos, avó dos seus netos, tia dos seus sobrinhos e da vasta parentela com quem gostava de estar e viver.
Era também uma das mães fundadoras da UNIR. Professora dos seus alunos, colega dos docentes, amiga dos técnicos. Não sei se era gorda ou magra, alta ou baixa, branca ou preta. Essas classificações físicas não se aplicavam a ela.
Quem conhecia Ana Maria sabia que ela era generosa e gentil. Ouvia mais do que falava. Uma escuta ativa e interessada e uma fala precisa e sempre em voz baixa, obrigando o outro a prestar atenção. E valia a pena ouvir o que ela tinha dizer, fosse em um diálogo, fosse em uma exposição pública. Quando Ana Maria falava o burburinho do auditório de súbito silenciava, e ela com a mansidão dos iluminados dissolvia os conflitos inúteis e restituía a concórdia.
Trabalhamos e convivemos profissionalmente desde a década de noventa do século passado. Juntos concorremos e vencemos a eleição para reitor e vice-reitora em 1993, mas perdemos a nomeação por maquinações políticas externas que nem eu nem ela sabíamos enfrentar. E superamos sem rancor ou mágoa, como ela me ensinou.
Ana Maria continuou seu trabalho de ensinar e formar pessoas, de construir uma universidade, de iluminar o mundo com sua presença, com sua alegria, com seu sorriso. E fazia isso sem almejar nenhum reconhecimento, qualquer glória. Fazia porque era essa sua missão entre nós.
Em respeitoso silêncio e carinho me despeço desta admirável profissional, guardando na lembrança sua infinita humanidade, uma pessoa a quem tive a honra de chamar minha amiga.
Porto Velho, 30 de junho de 2020
Ari Ott