Publicado em: 19/10/2021 15:19:28.475
Dois professores da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Juliana Pavan Zuliani e Leonardo de Azevedo Calderón, foram agraciados com o prêmio inédito Prof. Dr. Luiz Hildebrando Pereira da Silva de incentivo à pesquisa cientifica, da Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa (Fapero). A cerimônia de entrega do prêmio foi realizada na última semana, no dia 13 de outubro, em Porto Velho.
A professora Juliana Pavan Zuliani, docente no Departamento de Medicina (Depmed) da UNIR e pesquisadora da Fiocruz-Rondônia, conquistou o primeiro lugar na categoria Pesquisador Destaque, pelos trabalhos desenvolvidos na área de Imunologia Celular, com estudos sobre o mecanismo de ação de proteínas isoladas de venenos sobre a resposta inflamatória em pacientes que sofreram envenenamento por animais peçonhentos – ofidismo. “Atualmente tenho cerca de 20 alunos trabalhando com esse tema, cada um com um projeto diferente, e todos são importantes e contribuem para o entendimento das reações locais desenvolvidas por vítimas de ofidismo”.
Em relação ao prêmio, Juliana Pavan afirma que possui uma importância ímpar em sua carreira científica e “estar em primeiro lugar tem um significado especial, pois é o resultado de um longo trabalho formando recursos humanos qualificados em Rondônia. Certamente o saudoso professor Hildebrando ficaria muito feliz com isso”. Outro ponto destacado pela pesquisadora é o papel da Fapero em fomentar ações de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) em Rondônia. “Sem esse aporte e incentivo, ficaria complicado desenvolver pesquisas nessa área aqui no Estado”, conclui.
Já o professor Leonardo de Azevedo Calderón, também docente no Depmed-UNIR e pesquisador da Fiocruz-Rondônia, obteve o primeiro lugar na categoria Pesquisador Inovador. O trabalho denominado “Aplicação de protocolo de inteligência artificial no desenvolvimento racional de fármacos leishmanicidas baseados em minipeptídeos projetados por computação" inova ao utilizar inteligência artificial para pesquisar possíveis remédios para Leishmaniose e outras doenças e infeções como Malária e Covid-19, por exemplo. A pesquisa é desenvolvida em parceria entre UNIR, Fiocruz e IFRO, e o cientista faz questão de destacar que o prêmio é fruto de um trabalho em equipe.
“Fiquei muito feliz com o prêmio e ao mesmo tempo impactado porque o que fazemos é resultado do esforço de muitas pessoas. Só ocorreu porque muitos pesquisadores me acolheram no início, vários colegas de Rondônia aceitaram me receber como colaborador, vários servidores me ajudaram em diferentes estágios e desafios. Assim, preciso dividir com eles essa conquista, pois sou apenas um, numa cadeia com dezenas”, agradeceu o professor lembrando também das contribuições de seus alunos, da iniciação científica ao doutorado, cuja “convivência e genialidade transformaram minha visão de mundo e a percepção da função social do papel da inovação, além de encherem o laboratório com a alegria e a vitalidade que alimentam esse sacerdócio”.
Sobre o prêmio
O Prêmio Fapero de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Rondônia, que está em sua primeira edição, é concedido a pesquisadores que possuem grande contribuição para o desenvolvimento científico, tecnológico e inovativo do Estado e a jornalistas com atuação em instituições de pesquisa em CT&I. O objetivo é reconhecer, dar visibilidade e premiar cientistas e profissionais da comunicação, visando o fomento e a popularização da ciência, bem como destacar a importância da implementação de políticas públicas e de investimento em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação.
Cada edição do Prêmio Fapero de CT&I receberá o nome de um pesquisador com relevantes contribuições à Ciência, Tecnologia e Inovação estadual. Em sua primeira edição, homenageou o pesquisador Luiz Hidelbrando, da Fiocruz-Rondônia, pelo seu legado em pesquisa em saúde pública na Amazônia. A indicação dos concorrentes foi realizada pelas próprias instituições de pesquisa e os nomes avaliados por uma comissão externa independente.
Fotos: UNIR-Ascom; e Dhiony Costa e Silva