Publicado em: 15/06/2022 13:00:36
Inúmeros estudos já demonstraram impactos ambientais causados pela construção das hidrelétricas no Rio Madeira. Um artigo recente publicado em coautoria pelo professor Adnilson de Almeida Silva, docente no Departamento de Geografia da UNIR, aborda uma outra questão decorrente da construção das usinas: os efeitos nas populações locais e a escola como ferramenta de resistência política do povo indígena Karitiana.
Os Karitianas vivem na aldeia Central Kyõwã (Sorriso de criança), distante 95 km ao sul de Porto Velho, e estão, segundo os autores, entre os principais afetados pelas construções. Eles enfrentam problemas ambientais como doenças, secas que dificultam o plantio e escassez de caça e pesca e impactos sociais de mudanças na hierarquia (governabilidade) da aldeia, enfraquecimento das festas tradicionais e mudanças comportamentais entre os indígenas.
Nesse contexto, a pesquisa (disponível aqui) explica como a escola indígena Karitiana tem contribuído para o enfretamento dos problemas decorrentes das obras, através de lutas e reivindicações, mesmo sem condições técnicas, estruturais e materiais satisfatórias.
“Os resultados da investigação apontam que a educação indígena ainda não consegue romper com a cartilha dos conteúdos pré-estabelecidos pelo sistema de ensino e ignora as questões latentes na comunidade e não consegue estruturar-se como uma escola diferenciada e específica que dialogue com a comunidade para promover a sua autonomia e identidade”, afirmam os autores.
O vídeo sobre o estudo produzido pelo Grupo de Pesquisa em Mídias Digitais e Internet (MíDI), da UNIR, aborda mais detalhes do artigo “A escola Karitiana: desafios e perspectivas no contexto de impactos socioambientais das usinas hidrelétricas do Madeira”.