Em defesa das Mulheres e para que não haja mais notícias como a desta sexta-feira


Publicado em: 08/05/2022 12:24:35


A notícia sobre o homicídio da professora Fernanda Herlana Tenório de Lima, na noite desta sexta-feira, dia 06, é mais um golpe sentido por toda sociedade, e que reforça a necessidade de manter constante o debate social sobre a violência contra mulheres. A dor pela morte de Fernanda Herlana é ampliada pelos relatos, que começam a ser conhecidos, sobre o modo como tudo se deu, o que torna necessário ir além da solidariedade à família e amigos pela dor e pela perda. É necessário ampliar e tornar constante as discussões sobre os modos de ampliar as redes de proteção formais no combate à violência contra mulheres.

Os impactos da morte de uma mulher pelo companheiro e dentro de sua casa se espalham pela sociedade na medida que as realidades tais como esta encontraram semelhanças em outras. As situações são as mesmas, com cenários de violências que se multiplicam, crescem, e, muitas vezes, silenciosamente fazem da confiança e convivência ingredientes que levam à incredulidade e à morte.

Criar condições para a discussão permanente e para que a proteção às mulheres em seus ambientes privados e também em ambientes públicos, de trabalho, convivência e lazer, sejam uma realidade, é uma obrigação das instituições. É por isso que a criação de fóruns institucionais para discutir e propor políticas públicas para mulheres é urgente. Na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), instituição da qual era egressa a professora de História Fernanda Herlana, está avançando na construção de uma política própria para mulheres, objetivando a ampliação das ações institucionais de proteção e de maior rede de apoio.

Esta não é uma iniciativa que deve ser restrita à Universidade, mas que é necessária neste espaço, como em tantos outros. A professora Fernanda Herlana não estava no espaço da Universidade quando foi vitimada, mas foi estudante da UNIR, onde estão milhares de mulheres jovens e adultas, que tomarão seus espaços sociais, muitas delas multiplicadoras de ideias em salas de aula e em muitos e diferentes outros postos de trabalho. Trata-se de uma ação que deve estar presente em toda a sociedade, pois não diz respeito apenas às mulheres, mas a todas e todos. Diz respeito aos homens, pais, irmãos, companheiros e amigos. Alcança e deve ser tema para todo o conjunto do tecido social, pois a violência contra uma de nós é também violência contra o conjunto da sociedade.

Esta é a importância e a necessidade de discutir este assunto na Universidade, mas com os olhos voltados para além dela, a partir de uma Política para Mulheres na UNIR. Além de propiciar um espaço mais seguro e rede de proteção para meninas, jovens e mulheres adulta na Universidade, este deve ser o lugar e momento para o avanço de uma abordagem séria, crítica e comprometida em defesa das mulheres na sociedade rondoniense, para que os casos de violência diminuam e, um dia, não haja mais notícias como a desta sexta-feira.

UNIR+Mulheres - Comissão para elaboração de Política Institucional para Mulheres na UNIR

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